quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Primeiro contato

Olá, pessoal. Junto com o Christopher, sou o diretor do projeto “Juventude colorida”. O título ainda é provisório, pois acreditamos que ao defini-los dessa maneira, estaremos nós pré julgando a identidade desses adolescentes, já que o termo “colorido” é uma expressão pregada pela mídia, pelo desejo de rotular. Embora muitos jovens se simpatizem pela definição, não é de aceitação geral, e para nós, interessa além da rotulação, é necessário desmistificar as aparências, encontrar os anseios mais profundos desses adolescentes que vêem na cor uma razão de se colocar no mundo. Mas por enquanto manteremos o título por simples facilidade de assimilação, pois dessa maneira, todos compreendem o recorte do projeto.

Durante essa semana, depois de assistirmos a duas matérias da Rede Globo, eu e Christopher ficamos muito preocupados com os limites que pretendemos alcançar com o documentário. Seguem os Links: 1 e 2.

Nos vídeos, a abordagem é estritamente superficial. Para a Globo, interessa a maquiagem dos jovens, o exterior, a superfície brilhante. Interessa que os Emos eram tristes, e os coloridos ou os “Power pops” (como curiosamente são colocados) são felizes. Aparentemente não há nada além das roupas e das músicas que gostam.
A partir disso, nos questionamos bastante sobre o que realmente são esses adolescentes, e o que realmente tem a dizer? Será que não há nada por trás das roupas?
Continuamos nossa pesquisa pela internet e encontramos uma entrevista com um dos integrantes da banda CINE. Em um trecho, questionado sobre o conteúdo de suas músicas, DH, o vocalista, responde comparando as canções que escreve em relação à já antiga onda Emo, guiadas por bandas como NXzero e Fresno.

“A gente também fala de amor nas músicas, mas não na linha ‘te amo, quero viver com você pra sempre. A gente diz, te amo, quero te pegar na balada hoje, É uma coisa meio Cazuza de ‘amor inventado’, que reflete como a galera da nossa idade se comporta. É o amor da festa de hoje à noite. Amanhã a gente inventa outro”

Aqui nasce uma primeira questão comportamental muito importante para pensarmos. Será que essa explosão de cores não é um reflexo desse comportamento de festa, desses amores sem compromisso, que começam e terminam numa noite? E o que leva essa geração a pensar dessa maneira?

Ontem conversamos com diversos adolescentes pela cidade, em breve relato mais sobre isso. O bom é que descobrimos que Sábado que vem terá um show do CINE em Curitiba. É uma boa oportunidade de encontrarmos vários jovens reunidos.




Texto por Evandro Scorsin

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