quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Pesquisa e expectativas

No último final de semana, caminhamos pelo centro da cidade com a intenção clara de abordar adolescentes coloridos. Conversamos com diversos jovens realmente fascinantes. Encontramos nos adolescentes um incrível poder de articulação e de sobriedade de raciocínio, quando questionados sobre seus visuais e pontos de vistas sobre o assunto. O que nos deixou muito felizes.

Com relação às roupas coloridas, descobrimos que aparentemente não existe nenhum valor ideológico por trás, o que é ótimo na verdade, não que a falta de ideologia seja alguma virtude, e sim que os motivos mais evidentes que levam os jovens a se colorir são de um fascínio muito mais delicado. A relação com a cor, antes de apontar alguma idéia ou retórica, aponta uma sensação. Reflete puramente um estado de espírito dos adolescentes. É como um Nick do MSN é menos uma questão de identidade e mais a relação emocional que o jovem tem com o mundo no presente da escrita. A cor está relacionada ao estar, e não a o ser. Eles mesmos apontam a felicidade como algo passageiro, quando colocam que nos momentos felizes estão coloridos, nos outros não. A cor não é permanente. Uma das garotas me disse que só ficava colorida em eventos especiais, festas, shows, não em seu cotidiano. Fico pensando em todas essas questões. Parece uma geração carregada sensorialmente de momentos efêmeros. São os relacionamentos que o vocalista do CINE aponta na entrevista do post anterior, os amores de uma noite só, que escapam a todo o momento. A cor sintetiza essa urgência pelo presente, por viver o máximo possível do agora.

Ficamos pensando em como garantir essa presença efêmera das emoções no filme. Não sabemos ainda, é preciso pensar, pensar e pensar.

O show do Cine é sábado agora, estamos estudando uma forma de filmar alguns trechos com uma camerazinha, tomara que dê certo.

Texto por Evandro Scorsin

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